Um Percurso de Serviço e Justiça
O Venerando Juiz Conselheiro Joaquim Mande construiu um percurso marcado pelo serviço à justiça e à administração pública, trazendo consigo a experiência de quem atravessou décadas de evolução institucional em Angola. Natural de Luanda, mas com raízes no Huambo, onde fez a sua formação primária e liceal, nasceu a 12 de Agosto de 1956 e cedo se entregou ao estudo e à causa pública. O seu caminho académico levou-o à Faculdade de Direito da Universidade Agostinho Neto, onde concluiu os estudos superiores entre 1980 e 1997. Mas a sua vida profissional foi muito além da academia, cruzando os domínios da magistratura, da fiscalização e do ensino.
Da Magistratura Militar à Fiscalização da Administração Pública
Ainda jovem, em 1980, ingressou nas Forças Armadas Populares de Libertação de Angola (FAPLA), nas quais viria a desempenhar importantes funções no Tribunal Militar Regional, primeiro como Juiz Vogal no Huambo e em Benguela, e posteriormente como Juiz Presidente do Tribunal Militar da 7.ª Região. Essa experiência forjou nele um profundo sentido de disciplina e justiça, qualidades que levaria consigo para os desafios que se seguiram. Em 1986, integrou o Gabinete do Ministro de Estado para a Esfera de Inspecção e Controlo Estatal, um passo determinante para o seu futuro na administração pública. Poucos anos depois, em 1992, assumiu a função de Inspector-Geral da Administração do Estado, onde permaneceu durante 25 anos, liderando a fiscalização e o controlo interno da gestão pública angolana.
A sua experiência e reconhecimento ultrapassaram as fronteiras nacionais, tendo sido, entre 2012 e 2015, Presidente do Comité Director do Fórum das Inspecções Gerais do Estado e Instituições Similares de África (FIGE), um organismo continental dedicado à promoção de boas práticas na fiscalização dos recursos públicos.
Um Homem de Conhecimento e Compromisso
Além do percurso na magistratura e na administração pública, Joaquim Mande tem também uma ligação ao ensino. No início da sua carreira, ainda nos anos 1970, foi professor em escolas do Huambo, chegando mesmo a leccionar na Ilha da Juventude, em Cuba, numa experiência que lhe permitiu um contacto próximo com modelos educativos internacionais. A sua visão abrangente e o rigor técnico levaram-no a ser nomeado Juiz Conselheiro do Tribunal de Contas de Angola, onde continua a desempenhar um papel fundamental na fiscalização da utilização dos recursos públicos e no fortalecimento da transparência e da boa governação no país. Ao longo do seu percurso, Joaquim Mande construiu um legado de rigor, disciplina e compromisso com a justiça, sendo hoje uma referência incontornável na magistratura financeira angolana.
